O Ártico é o marco zero das mudanças climáticas. As temperaturas lá têm aquecido quase o dobro da média global, provavelmente devido ao derretimento do gelo do mar. O derretimento do gelo é uma má notícia para os grandes mamíferos do Ártico. Os ursos polares podem ser extintos até 2100 se os mares não ficarem congelados durante todo o verão. Animais como a rena podem perder áreas de vegetação graças ao aquecimento global que causa mudanças na tundra. E o aumento do nível do mar pode destruir quase metade das áreas para fazer ninho de algumas aves migratórias. E o pior de tudo: o aquecimento do Ártico não é apenas ruim para os organismos que ali vivem. Como o gelo que derrete é reflexivo, a superfície do oceano pode absorver mais energia solar, elevando as temperaturas do oceano e iniciando um ciclo de realimentação que derrete o gelo ainda mais rápido. Mudanças na salinidade dos oceanos poderiam desestabilizar as correntes oceânicas. Esse derretimento todo pode liberar carbono na atmosfera, criando um outro ciclo que aquece o planeta ainda mais. Em outras palavras, as mudanças no Ártico não são apenas o resultado da mudança climática global. Elas também podem causá-la.